ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-9-2008.
Aos dez dias do mês de setembro do ano de dois mil e
oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Ervino Besson, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e
Sebastião Melo. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói
Guimarães, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Professor
Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador
Beto Moesch, o Projeto de Lei do Legislativo nº 212/08 (Processo nº 5102/08).
Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 227/08, do Senhor Pely
Cipriano, Subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; 387 e 408/08, da
Senhora Vilma Luiza Santana, Gerente UOF/SESAN, do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 1183/08, do Senhor Euvaldo Bittencourt
Junior, Gerente de Projeto da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; 708626, 708653, 714293, 726127 e 726730/08, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; s/nº, do Senhor Leopoldo Jorge Alves
Júnior, Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério
da Educação. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Qüinquagésima Segunda e
Qüinquagésima Terceira Sessões Ordinárias. Em continuidade, por
solicitação da Vereadora Margarete Moraes e do Vereador João Bosco Vaz, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor José Adair
Santos da Silva, falecido dia oito de setembro do corrente, à Senhora Clara
Maria Scott da Silva, falecida ontem, e ao Senhor José Godofredo Martins de
Almeida, falecido no dia primeiro de setembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes registrou a outorga, pela Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, da Medalha do Mérito Farroupilha ao
ex-Deputado Flávio Koutzii. Nesse sentido, destacou a justeza dessa homenagem,
lendo poema de autoria desse político, intitulado “Sobre a história, a responsabilidade e a impunidade
dos torturadores”, que aborda o papel das Forças Armadas no período em que o
Brasil foi governado pelo regime militar. O Vereador Beto
Moesch somou-se às homenagens ao Senhor Flávio Koutzii hoje prestadas pela
Vereadora Margarete Moraes em Comunicação de Líder. Ainda, comentou questões
atinentes ao processo de gestão sustentável socioambiental nos setores público
e no privado, abordando em especial aspectos sobre a destinação final do lixo e
atentando para a importância da elaboração, por esta Casa, de lei definindo um
plano de gerenciamento de resíduos da construção civil para Porto Alegre. O
Vereador Nereu D’Avila, reportando-se à propaganda eleitoral para Prefeito e
Vereadores, veiculada nos meios de comunicação de Porto Alegre, contestou a
apropriação que diversos Partidos Políticos têm feito das idéias do PDT,
relativamente à criação das escolas de turno integral no Município. Sobre o
tema, e historiou a implantação desse sistema de ensino no Brasil e enfocou a
preocupação do ex-Governador Leonel Brizola com a área da educação. O Vereador
Haroldo de Souza comentou notícia publicada hoje no jornal Zero Hora, acerca de
denúncias de enriquecimento ilícito que envolvem membros do Poder Executivo do
Município de Canoas e políticos de expressão nacional, declarando que essas
irregularidades precisam ser investigadas profundamente pela Justiça. Também,
discursou sobre a importância da construção de um complexo esportivo por parte
do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, enfatizando os benefícios que a Cidade
terá com essa obra. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell
questionou ações do Governo Municipal nas áreas de transporte e saúde,
cobrando, também, a construção de escolas e creches definidas pelo Programa de
Orçamento Participativo. Além disso, afirmou que a instalação de empresas no
Parque Industrial da Restinga foi favorecida pela redução de preços de terrenos
da área aprovada por esta Casa e abordou problemas verificados para o desenvolvimento
da região do Porto Seco, na Zona Norte da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador José Ismael Heinen mencionou a relevância da extensão do mar
territorial brasileiro para duzentas milhas, durante o Governo do Presidente Emílio
Garrastazu Médici, sustentando que, sem essa decisão, as bacias petrolíferas
encontradas atualmente nesse espaço marítimo não pertenceriam ao Brasil. Também,
protestou contra as indenizações concedidas a anistiados políticos,
justificando que elas não contemplam todos os lados que defenderam o País
durante o Governo Militar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Professor Garcia
respondeu questionamentos formulados pelo Vereador Guilherme Barbosa na última
Sessão Ordinária, relativamente ao Centro Popular de Compras. Ainda, comentou
as políticas municipais nas áreas da educação infantil e pavimentação de vias
públicas. Finalizando, discorreu acerca da situação do Centro Estadual de Treinamento
Esportivo e referiu-se ao PLL nº 197/08, que oficializa a utilização de vias
públicas para práticas desportivas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz
Braz pronunciou-se acerca da relevância de que a população se conscientize para
a necessidade do exame de toque retal e da averiguação do nível de Antígeno
Prostático Específico –PSA – no sangue como modo de prevenir o câncer de próstata.
Nesse sentido, cobrou do Executivo Municipal a observância da Lei Municipal que
determina a disponibilização do teste de PSA na rede de atendimento público de
saúde. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, em sua parte vetada,
considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por doze votos SIM, dezessete
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Beto
Moesch, Carlos Comassetto e Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza,
Maristela Maffei e Nilo Santos, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa,
Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Professor Garcia e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador João
Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 156/08, por vinte e nove votos SIM, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
079/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº
043/08. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, estiveram o Projeto de Resolução nº
033/08 e o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/08. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/08. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 075/08, após ser encaminhado à votação pela
Vereadora Sofia Cavedon. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as
presenças, neste Plenário, de alunos e da Professora Ana Cristina Borsatto, da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Anísio Teixeira, que comparecem à Câmara
Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política,
desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 075/08, após ser discutido pelos
Vereadores Dr. Raul e Aldacir Oliboni. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/08, após ser discutido
pelos Vereadores Carlos Todeschini e Professor Garcia. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 313/07, após ser discutido
pelo Vereador Elias Vidal. Às quinze horas e cinqüenta e nove minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Guilherme
Barbosa, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Carlos Todeschini
e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para um Requerimento.
A
SRA. MARGARETE MORAES (Requerimento):
Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu solicito um
minuto de silêncio pela perda de dois grandes companheiros nossos, grandes
amigos, batalhadores que lutaram pela democracia deste País, que são a nossa
companheira Clara Maria Scott da Silva, que faleceu ontem, e o nosso querido
José Adair Santos da Silva, que, inclusive, foi Diretor-Geral desta Casa.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento):
A Bancada do PDT, associando-se a esta homenagem, pede também a inclusão, nesse
minuto de silêncio, do nome de José Godofredo, Presidente da nossa Zonal nº
160, falecido na semana passada.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos
os Requerimentos.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Quero dizer, Verª Margarete, que o José Adair não foi só um Diretor; foi um
grande Diretor. Convivi com ele, especialmente no período de transição. Ele era
um homem de uma correção enorme; inclusive sua doença agravou-se, porque ele
retardou o seu tratamento. Ontem encontrei toda a Casa, muitos Vereadores e
funcionários, com muito sentimento, na despedida do nosso Diretor.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, ontem o ex-Deputado, também nosso companheiro,
querido amigo Flávio Koutzii, uma figura respeitada não apenas pelo Partido dos
Trabalhadores, mas por todos os Partidos da Assembléia Legislativa, recebeu a
mais alta homenagem da Assembléia Legislativa: o Mérito Farroupilha.
Em homenagem ao Flávio, eu vou tentar ler um poema
que ele escreveu sobre a história, a impunidade e a responsabilidade dos
torturadores (Lê.): “Há divergências jurídicas./Há avaliação sobre as motivações
e cálculos políticos./Há os que apenas julgam da conveniência de tocar no
assunto./Há sempre o jogral dos analistas de oportunidade./(Nunca é hora para
eles)/Mas para os que não esqueceram:/Há um grito suspenso no ar./Há uma dor
infinita./Há um tabu indecente./Há um seqüestro invisível./(A honra das Forças
Armadas de hoje, reduzida a escudo silencioso, da responsabilidade não assumida
das Forças Armadas de ontem no golpe)/É claro que os torturadores têm que ser
responsabilizados./É certo que a anistia não é igual à amnésia./É evidente que
a história não aceita ficar sem sentido, nem com censura, nem com cortes, como
um filme proibido./É certo que não há a mais remota possibilidade de igualar
quem lutou contra a ditadura/ com quem prendeu, torturou e matou pela
ditadura./É certo que esta história tem começo, meio e fim:/e o começo é o
golpe de estado,/a derrubada de um governo legal,/a censura aos jornais,/o
fechamento dos partidos,/a suspensão do estado de direito,/a perseguição
implacável./As Forças Armadas é quem deram o golpe (junto com seus aliados
civis)./Aqui, a ordem dos fatores altera o produto e o significado./Eles, a
ditadura, nós, a resistência./Então quem fica ofendido somos nós!/Nós - “os
elementos” - cidadãos na nossa opinião,/ democratas, porque lutamos para
restaurá-la./Espantados, com a covardia dos que não assumem suas
responsabilidades/Deram ou não o golpe?/Perseguiram ou não?/Torturaram ou
não?/Então, por favor!!!/É inaceitável que as Forças Armadas de hoje fiquem
reféns de um passado ditatorial indefensável./Na verdade, no Brasil, além dos ‘desaparecidos’, há uma grande
desaparecida: A VERDADE HOSTÓRICA./História, entendida como reconhecimento dos
fatos, a totalidade das circunstâncias./A História em tempo real/A História com
muita luz e pouca sombra/A História para e do povo brasileiro/ de todos os
brasileiros: civis e militares/Tudo, não para o maniqueísmo simplório,/ mas
para respeitar a dignidade e a tragédia/ de um grande período da história
recente do Brasil/ dos vinte longos anos de chumbo./Lamentavelmente as Forças
Armadas propõem/ a esquizofrenia como situação permanente./Não assumem sua
responsabilidade./Desrespeitam o Poder Executivo (legitimado pelo voto)./Atuam
como contra-poder./Logo defendem o que foram./Logo são hoje o que foram
ontem./Mas isto não é bem assim./Isto é uma memória doente./Verdade
amputada./Simulação inaceitável./Queremos que os jovens soldados e os jovens
oficiais/ sejam livrados destes grilhões enferrujados./E se devolvam para este
Brasil./Impressionante de presente/Futuroso/E haverá que defendê-lo de muitas
maneiras:/suas possibilidades,/seu petróleo,/sua Amazônia,/suas fronteiras,/sua
economia/e acima de tudo:/sua gente brasileira,/seu futuro,/seu orgulho,/sua
história. Flavio Koutzii, Porto Alegre, 14 de agosto de 2008.”
Lendo
esse poema, eu quero fazer esta homenagem ao querido companheiro Flávio
Koutzii, que, ontem, recebeu o Mérito Farroupilha de todos os Partidos da
Assembléia Legislativa, em reconhecimento à sua atuação na política, à sua
capacidade de equilíbrio, de reflexão sobre o nosso passado, sobre o nosso
presente e sobre o nosso futuro. Muito obrigada, Ver. Sebastião Melo.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, embora o objetivo de
estarmos agora na tribuna não seja este, eu quero também me somar - tenho
certeza de que o Ver. João Carlos Nedel e o Ver. João Antonio Dib também - a
esta homenagem ao ex-Vereador desta Casa, ex-Deputado Estadual, ex-Chefe da
Casa Civil Flávio Koutzii, figura essa que faz falta a esta Câmara, que nunca
pessoalizou e nunca adjetivou, e sempre, mesmo muito duro, soube fazer o debate
com ética, com profissionalismo e com estudo. Como faz falta uma figura dessas,
hoje, no cenário político! Portanto gostaríamos de, em nome do Partido
Progressista, nos somar à homenagem a essa extraordinária figura do
ex-Vereador, ex-Deputado e ex-Chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii.
Eu gostaria de aproveitar para fazer algumas
reflexões sobre o que ocorre no âmbito da cidade de Porto Alegre, dentro de um
cenário também internacional.
Estávamos, hoje pela manhã, tratando sobre gestões
de sustentabilidade socioambientais tanto em relação ao setor privado como em
relação ao setor público. Ultimamente, tem-se falado muito da importância da
gestão, que precisa ser compartilhada. Portanto, uma empresa precisa
compartilhar a sua gestão - diretoria, gerentes, servidores, fornecedores, consumidores.
A gestão pública - não poderia ser diferente - deve ser ainda mais ousada do
que isso, porque deve ser uma gestão de gabinete, de servidores e de toda a
população que é atendida; no caso, uma gestão pública municipal a toda a
população municipal; além de compartilhar as decisões com os respectivos
Conselhos; compartilhar as decisões com o Parlamento, no âmbito municipal,
estadual e, até mesmo, dependendo, em nível federal. É aí que se dá,
justamente, a responsabilidade socioambiental, transparência, participação de
todos no processo decisório e algo que tem de ser rompido, porque nós temos,
muitas vezes, uma legislação interna, regimentos internos que não propugnam
essa transparência, esse diálogo e essa participação efetiva nas decisões.
Portanto
está aqui também o Ver. Ervino Besson para transmitir o seu abraço, somando-se
às homenagens ao ex-Vereador, ex-Deputado e ex-Chefe da Casa Civil, Flávio
Koutzii, como nós havíamos falado, homem honrado, homem extremamente
competente, ético e que orgulhou muito o Estado do Rio Grande do Sul e o País
por ter participado, decisivamente e ativamente, do cenário político desta
Cidade e deste Estado.
Por
que eu estou colocando tudo isso? Nós estamos tentando, Ver. Sebastião Melo,
sem sucesso, há muitos e muitos anos, por exemplo, implantar, através de uma
legislação, um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil, que é o
tipo de resíduo gerado em maior volume em cidades como Porto Alegre, seja por
obras públicas, seja por obras da iniciativa privativa.
O
que ocorre? Quase nada é reaproveitado; a maior parte desses resíduos, quando
controlados, vai para aterros inertes; uma grande parte vai para terrenos
baldios, praças, arroios e assim por diante.
Continuamos
dependendo da extração de areia dos nossos rios para obter uma matéria-prima
que já está abundante por aí, que são os entulhos. É impressionante como, em
algumas questões, é muito difícil avançar em termos de gestão ambiental.
É
impressionante como uma cidade como Porto Alegre, em certos casos, não consegue
avançar e se defronta, Ver. Melo, com resistências impressionantes tanto
culturais como de interesses que não querem avançar no processo de minimizar e
reaproveitar todo e qualquer tipo de resíduo como, por exemplo, o da construção
civil. Continuamos em cima de um plano de gerenciamento de resíduos da
construção civil. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, todos nós estamos sob o impacto das eleições de 5 de outubro, quando
Porto Alegre irá escolher o seu Prefeito e os seus 36 Vereadores. Então nós
temos observado, na televisão, os programas eleitorais. Ainda hoje, eu
observava - e estou impressionadíssimo, perplexo - como, de repente, Partidos e
candidatos, pessoas que já passaram pelo Governo, estiveram por 16 anos na
Prefeitura, outros tantos no Palácio, se apaixonaram pela escola de tempo
integral! Eu tenho ficado até lacrimoso de tão emocionado com tamanho amor à
educação integral; na televisão, é claro, porque, quando no Governo, nunca
fizeram, alegando que era muito caro, que era isso, que era aquilo! De repente,
como num passe de mágica, surgiu essa paixão enlouquecida pela escola de tempo
integral. Há um até que, sem consultar o PDT, sem consultar o Partido, de uma
maneira anti-ética, usa o próprio nome do Brizola, tentando emocionar os seus
eleitores - que não votarão nele!
Agora,
na verdade, todo o Rio Grande sabe, o Brasil sabe que a escola de tempo
integral tem nome, tem endereço e tem dono. Foi o grande Darcy Ribeiro, emérito
educador deste País, uma das melhores cabeças que já teve esta Nação, um dos
grandes Ministros de João Goulart, amigo pessoal de Leonel Brizola, seu
conselheiro, que trouxe da Europa a grande idéia da escola de tempo integral. E
o Governador Brizola, que, aqui no Rio Grande, em 1958, já havia dito que não
haveria no seu Governo nenhuma criança sem escola, inundou o Estado com 6.678
escolas - na época, de madeira -, nos mais longínquos cantões dos campos e dos
matos gaúchos; implantou escolas lá, para que os filhos dos peões, dos
agregados das fazendas, pudessem levar seus filhos para, pelo menos, aprenderem
a ler; isso de 1958 a 1962. Então, o Governador Brizola foi o grande
impulsionador das escolas do Rio Grande de 1958 a 1962.
Depois, trouxemos - nós, o PDT, o Darcy e o Brizola - a escola de tempo integral, que o Governador Collares também implantou aqui em Porto Alegre e em todo o Rio Grande. Aliás, lá na minha terra, Soledade, há o Dr. Newton dos Santos Martins, ex-Presidente do Tribunal de Justiça, que falou que foi à inauguração da escola - ele, que é meu conterrâneo - de tempo integral com o Governador Collares, lá em Soledade. De resto, aqui em Porto Alegre, existem dezenas de escolas de tempo integral.
Quem
vai ao Rio de Janeiro pode ver as centenas de milhares de escolas de tempo
integral. Mas, aqui, os Governadores e os Prefeitos, alegando que era muito
caro, não implantaram; agora viram que muito caro é sustentar quem é viciado em
crack, em cocaína - drogas -; sustentar e perder vidas de jovens; é
muito mais caro do que a escola de tempo integral, onde as crianças ficam o dia
todo com a educação, a arte, o lazer, a merenda e são entregues, às 18 horas,
às suas mães, que voltam do trabalho. Aliás, mães que hoje estão, aos milhares,
assumindo a chefia dos lares.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
pessoas que nos acompanham pelo Canal 16 e pessoas aqui presentes; eu tenho
aqui a página 18 do jornal Zero Hora. Eu não consigo me acostumar com
determinadas coisas que acontecem na política do Rio Grande do Sul, meu querido
amigo, Ver. Sebastião Melo. Eu achava que nunca teríamos manchetes como essas
que estão sendo estampadas nos jornais do Rio Grande do Sul, envolvendo dois
deputados federais; um, inclusive, que é do meu Partido. É lamentável, é
profundamente lamentável que as coisas realmente se encaminhem para esse lado,
dando razão à parte da sociedade que também é culpada no momento do voto.
Quando a gente está em campanha, a gente sabe, realmente, que a classe política
é culpada, sim, por uma série de fatores, por uma série de erros. Agora, a
sociedade também erra nas suas decisões, erra nas suas cobranças e erra na venda
do voto por um quilo de arroz ou por um copinho plástico com a cara do
candidato. Saibam que estas coisas é que machucam a gente, ou seja, quando
encontramos, pela periferia, pessoas que, no bom sentido da palavra, são
“vidradas” em determinado político, e aquele político, absolutamente, nunca fez
nada que pudesse realmente merecer tamanha idolatria. Toda campanha política
nos machuca por causa disso, mas também traz o lado positivo, as coisas boas,
quando encontramos, independentemente de Partidos políticos, pessoas que
realmente estão preocupadas com a vida da sua cidade, do seu estado, do seu
país, pensando exclusivamente nisso sem o fanatismo partidário, sem o fanatismo
do poder, sem o querer-chegar-de-qualquer-maneira e com campanhas que,
decididamente, são muito ruins.
O
que eu estou vendo na cidade de Porto Alegre é alguma coisa, sim, que está no
ar, mas eu acredito muito na Justiça brasileira, e as coisas podem, ali na
frente, realmente, ser feitas dentro da seriedade, e precisam ser feitas. Eu
acredito muito ainda na Justiça brasileira, apesar de que, nas diárias, a
Justiça também faz um diferencial; o Magistrado, para viajar, ganha R$ 320,00
de diária; o segundo escalão ganha R$ 200,00; e o escalão menor, R$ 150,00.
Eu
queria contar uma historinha rápida. Numa empresa de comunicação em que eu
trabalhei, quando fizemos uma determinada viagem, deram a nós, locutores,
homens do microfone, uma determinada importância em diária, e, para os
operadores de som, uma diária menor. E eu fui até a direção da empresa e
perguntei: “Escuta, eu como de maneira diferente do operador? Eu durmo de
maneira diferente do operador? O meu hotel pode ser cinco estrelas, e o dele
tem que ser de uma, e olhe lá, talvez com muitas estrelas no teto?” Eu consegui
que isso fosse revertido, mas numa entidade privada. E aí eu fico pensando por
que ainda existe, no serviço público, a escala de valores. Por exemplo, o
Governador pode ficar em um hotel cinco estrelas, e o motorista fica na baia?!
Esse tratamento desumano que existe eu não consigo entender, porque, na hora da
refeição, todos têm que comer aquilo que lhes der vontade, que tiverem
condições e, nesse aspecto, não, porque é o dinheiro público. E, para tal,
todos os homens e mulheres servidores deveriam ser tratados da mesma maneira. É
o que eu penso.
Nós estivemos hoje no Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense a convite do Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo, e do
Presidente do Clube, Paulo Odone Araújo Ribeiro, promovendo o que será o Grêmio
Arena: um estádio de Primeiro Mundo, certamente para atravancar o sonho do
Sport Club Internacional, que é sediar o Mundial de 2014, o qual eu sou contra,
e quero “assar no dedo” se tivermos, realmente, um metrô do jeito que estão
prometendo por causa da Copa do Mundo. Só o metrô já me serviria, Ver. Ervino
Besson. Como eu estou na política há oito anos, eu acho que isso não é bem
assim. Mas isso é outra história.
Agora,
com a Arena do Grêmio, o bairro Humaitá terá um impulso extraordinário. Vai
haver uma explosão comercial e imobiliária na região, porque a Zona Norte
estará recebendo, na sua entrada, como cartão de visita, para o turista
entender onde ele está chegando, a casa de um campeão do mundo; uma arena
completa, moderníssima, para sediar o Mundial de Futebol. Mas, entrando na Cidade
e encontrando a sua maior beleza natural, que é o nosso lago Guaíba, estará ali
um outro gigante, também campeão do mundo, em condições de sediar o Campeonato
Mundial de Futebol. Toda a sorte à diretoria do Grêmio. Muito obrigado pelo
convite, e tenham a certeza de que esta Casa não negará, jamais, apoio ao
Grêmio e ao Internacional, essas duas entidades que eu considero almas do Rio
Grande do Sul. É o povo dividido, mas unido no amor e na força do futebol, que
consegue dar às pessoas um entretenimento sadio. Boa sorte ao Grêmio na sua
Grêmio Arena e boa sorte ao Internacional, que vai cobrir o Beira-Rio! A cidade
de Porto Alegre é que ganha com isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Ver. Sebastião
Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, nós voltamos a fazer algumas cobranças,
que é nosso dever - dever de zelar pelas coisas da Cidade. Aqui já se falou,
por exemplo, em educação, mas quero dizer que, se alguma coisa falta em Porto
Alegre, são as escolas infantis e as creches, mesmo as creches conquistadas no
Orçamento Participativo, que não saíram.
Eu me lembro, Verª Sofia, da questão da creche da
Tronquinho, assim denominada, até hoje sem solução. O problema continua, e as
crianças não têm com quem ficar; as mães querem trabalhar, e nós temos falta de
creches em Porto Alegre, mas se alardeia como se o mundo fosse todo concentrado
em maravilhas da Educação Infantil em Porto Alegre. Não é verdade! É mentira!
Como é mentira também que, de uma hora para outra, alguém teria descoberto,
Ver. Comassetto, a maravilha do Parque Industrial da Restinga, e, por um toque
de mágica, as empresas teriam se instalado ali. Quero lembrar que foi esta
Câmara de Vereadores que aprovou o rebaixamento dos preços que lá existiam para
os terrenos, o que viabilizou a compra desses terrenos pelos empresários, em
2004 para 2005, votado por esta Câmara Municipal; não foi ninguém mais, foram os
Vereadores - no plural. Não tem “pai da criança”; tem muitos pais e mães que
balançaram, zelaram por essa criança, e, ainda assim, não está tudo ocupado
como deveria.
O Porto Seco, hoje, tem necessidade de oito DMs,
que estão “morgando” em algum departamento na Prefeitura, e dizem que todos
estão lá construindo. Não! Deveriam estar construindo! Não é também só um
problema da Prefeitura, porque, quando estive na Prefeitura, enfrentei o 6º
Cartório - e vou aqui falar publicamente e vou botar por escrito, pois eu quero
a convocação deste sujeito que é dono desse Cartório que está trancando todo o
avanço no Porto Seco. Há problemas na Prefeitura, DMs estão demorando para
sair, mas o Cartório é o principal culpado. Se lá há empresas hoje, várias
delas vieram quando eu estava na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e
Comércio. Então, devagar com o andor. Pinóquio, nariz comprido, mentira - todos
nós conhecemos como é que funciona isso. Nós queremos repor as verdades; as
verdades têm de ser aqui colocadas!
Quanto à questão da Saúde, Ver. Dr. Goulart, meus
caros Vereadores, vamos olhar o que foi feito no Postão: maquilagem, maquilagem
e maquilagem. O que foi feito nos postinhos de saúde, ali em cima no Morro
Santa Teresa? Uma abinha. Desde quando colocar uma abinha num posto de saúde
considera-se reforma? Isso não se chama reforma. Faltam remédios, sim, Verª
Margarete Moraes, Líder da minha Bancada, em todos os postos de saúde de Porto
Alegre! Mas, se olharmos o espelho de hoje ou o de segunda-feira, vamos ver o
dinheiro federal que tem entrado no caixa da Prefeitura, e nós não estamos
vendo a contrapartida na compra de medicamentos e, principalmente de
medicamentos de uso continuado. Falta saúde em Porto Alegre. Falta educação em
Porto Alegre. Falta tapar buracos, sim; a buraqueira é demais! Vão pela Avenida
A. J. Renner para ver a buraqueira! Vão pela Avenida Frederico Mentz para ver a
buraqueira! É porque lá é plebe, é povo, não é a João Pessoa? Pois então vamos
ver isso também de perto.
E retomo aqui um outro tema, o qual já levantei
aqui, Ver. João Carlos Nedel, que é a questão do Mercado Público Central. Pois
nós vamos investigar a tal da cooperativa, porque hoje, mais uma vez, eu vi
como estão respondendo,”botando pilha” nas pessoas que lá trabalham, porque
nós, aqui, denunciamos a falcatrua dessa cooperativa. Mais dia, menos dia,
alguém vai para a cadeia. O Detran está aí, e outras denúncias começaram a
aparecer. E nós vamos a fundo também. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr.
Presidente; nobres colegas Vereadoras, Vereadores; público que nos escuta pela
TVCâmara, eu trago, como intróito, uma publicação no jornal que noticia que as Forças Armadas do Brasil farão um
exercício combinado, a Operação Atlântico, em defesa das bacias petrolíferas da
nossa plataforma continental. E diz o jornal que o Exército vai simular uma
situação de guerra entre dois países pelo controle de uma grande reserva
petrolífera na faixa localizada entre as 12 e as 200 milhas. Duzentas milhas,
eu faço questão de ressaltar isso hoje, é um marco histórico do nosso País,
seja o Governo que tenha sido, seja o Presidente que tenha sido, mas, se, há
30, 40 anos, o Brasil não tivesse se levantado em defesa da sua soberania e
estendido o mar territorial para as 200 milhas, hoje, com certeza, esse
petróleo que a Petrobras tem não seria brasileiro. Não seríamos nós os donos
daquele petróleo.
Hoje,
sob o Governo de S. Exª, o Presidente Lula, Chefe das Forças Armadas, treina-se
a defesa das 200 milhas, para que países não venham aqui tomar conta desta
riqueza monumental que, há 40 anos, todos os experts deste País já
sabiam da existência! Mister se faz que a história registre esses fatos, e que
não fiquemos aqui a discutir, a repetir conforme aquela nossa concepção
política, qualquer que seja. Médici, naquela época, enfrentou o mundo, estendeu
o nosso mar até as 200 milhas, e lá estava o nosso petróleo; não foi fácil
sustentar tal posição na época.
Mas
eu quero também registrar - porque aqui foi registrada hoje uma poesia do nosso
ex-Deputado Flávio Koutzii, que teve a sua atuação na Assembléia Legislativa
reconhecida pelo povo rio-grandense - o meu respeito às suas convicções; ele é
merecedor dessa homenagem que o povo rio-grandense lhe prestou. Mas eu não
posso discordar das minhas convicções, aceitar aquelas afirmações que eu tive a
oportunidade de ver aqui, ilações contra os meus irmãos de farda, que talvez
não sejam os melhores cidadãos, mas que hoje compõem a instituição de maior
crédito neste País. Eu não posso concordar que, naquela poesia, não tenha sido
inserida uma pátria paralela dentro do Brasil, que busca só para eles, os seus
membros, uma indenização estapafúrdia; uma indenização àqueles que foram “os
contras” daquela época - o início, o meio, o fim -; indenizações ad eternum,
desde o Presidente da República, mas aqueles que sofreram com as ações desses
terroristas da época, dos guerrilheiros da época, esses não têm direito à
indenização nenhuma, pessoas que ficaram sem perna pelas bombas que foram
jogadas. Concordo com tudo o que possa se dizer, mas eu não concordo com essas
indenizações sem provas lá do Deputado Greenhalgh, e penso que os nossos
filhos, a geração de hoje, que nada tem a ver, terá que pagar indenização, pelo
resto da sua vida, a pessoas que não foram desfavorecidas; pelo contrário,
foram favorecidas politicamente.
Temos Presidente da República hoje, temos ministros
hoje, temos deputados hoje, temos vereadores hoje recebendo essas indenizações
e não pagam sequer o Imposto de Renda, não descontam sequer para a Previdência
Social! Será que os outros brasileiros não teriam esse direito também, ou só o
têm esses que fundaram uma “republiqueta de privilegiados” dentro do Brasil,
sem que essa lei fosse uníssona a todos os brasileiros que se julgam
prejudicados?!
Era isto o que eu queria dizer: em respeito à minha
memória, à minha convicção, à convicção de todos, eu não poderia me calar,
porque, aqui, os irmãos de farda hoje foram, mais uma vez, atacados. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, volto a falar a
respeito de uma denúncia que o Ver. Guilherme Barbosa havia feito, no último
dia, em relação à questão do Camelódromo. Conversamos novamente, e recebi a
informação do Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, dizendo
que, realmente, a pessoa que V. Exª falou existe, que fez questão de lembrar
que isso é uma Parceria Público-Privada; essa pessoa não cuida de nenhum espaço
dos camelôs; ela cuida de outros espaços, como lojas de conveniências, ou seja,
restaurante, que vai haver, posto do Correio, farmácia e outras coisas que não,
especificamente, lojas dos camelôs. Então, eu queria fazer esse registro.
Ouvi
atentamente a fala do Ver. Adeli Sell a respeito da questão de creches e
escolas infantis. Sabemos, na realidade, que essa é uma das grandes demandas da
nossa Cidade. Nesse pouco tempo que o Prefeito governou Porto Alegre, nesses
quatro anos, foram feitas 32 novas creches, o que representa quase duas mil novas
vagas no Município de Porto Alegre. É um compromisso do Prefeito intensificar,
porque existe essa demanda. Quero ressaltar que foram feitas inúmeras creches e
convênios com várias creches comunitárias do Município de Porto Alegre.
Quanto
à questão da pavimentação, eu fico surpreso, porque, numa hora, dizem que nunca
está se pavimentando tanto como agora, e, daqui a pouquinho, parece que não se
está pavimentando mais. Realmente, houve inúmeras pavimentações, e até a
própria EPTC está com dificuldade de acompanhá-las para fazer o seu sistema de
sinalização. Foram contempladas, num primeiro momento, vias públicas do Centro
da Cidade e em algumas regiões próximas, porque fazia mais de 20 anos que essas
ruas não sofriam um processo de recapeamento asfáltico. Então eu quero dizer
que a Cidade cuidou muito bem desse segmento também.
Vou
ocupar agora meus últimos dois minutos com um tema não especificamente do
Governo. Hoje, pela manhã, estive, como Presidente da Frente Parlamentar de
Educação Física, também com o Ver. Dr. Raul, Vice-Presidente - a Frente hoje é
composta por 17 Vereadores -, para tratar da situação específica do Centro
Estadual de Treinamento Esportivo. Veio a Fundergs, mas a Secretaria de
Educação não compareceu. E o indicativo que tiraram da reunião foi uma
representação junto ao Ministério Público, especificamente a Coordenadoria das
Promotorias da Infância e da Juventude do Rio Grande do Sul. Quero convidar
hoje os Vereadores que fazem parte da Frente Parlamentar para, às 17h,
entregarmos esse documento, junto com o Conselho Regional de Educação Física, a
Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul, o Fórum
Permanente de Entidades, a Associação de Pais, Amigos e Mestres do CETE e mais o Sr.
Queiroga e o Sr. Cristian do Carmo Rios como pessoas físicas.
E, para finalizar, conversei agora com o Ver.
Maurício Dziedricki, que disse que vai fazer um substitutivo, mas me causou
espécie o fato de o Vereador ter entrado com um Projeto de Lei, cópia de uma
Lei minha, que coloca a questão de metragem e, inclusive, cita as metragens dos
próprios locais da Lei que hoje já existe. Ele me colocou que foi um erro de
sua assessoria, que vai refazer. Ele falou sobre também sobre a questão dos
corredores de ônibus da 3ª Perimetral. Já foi aceito pelo Governo fechar
a 3ª Perimetral da Av. Ipiranga até a Sogipa. Mas o Vereador colocou que a
idéia dele é ampliar outros locais. Eu disse-lhe que, a respeito da questão das
metragens, nós temos que ter cuidado como Vereadores e evitar, porque plágio a
gente não pode aceitar. Mas eu sei que ele colocou, e já veio a sua assessoria
confirmar. Mas eu tinha que fazer esse registro, porque isso já foi de domínio
público; senão, parece que o Vereador está criando algo novo em Porto Alegre,
mas, na realidade, é algo que já existe, já é uma Lei. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, Presidente
desta Câmara; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, ontem eu estava lendo a coluna do Juremir Machado, no
jornal Correio do Povo, e o Juremir fazia uma análise do termo “brega”. Ele
falava, meu amigo João Bosco Vaz, do “brega”, para poder trazer o assunto da
morte do “rei dos bregas”, o Waldick Soriano. O Waldick Soriano acabou morrendo
de algo que está, na verdade, sendo o maior assassino dos homens a partir
dos 40 anos de idade: o câncer de próstata. Inclusive, para não dizer que o
problema é só local, o ator
norte-americano Brad Garrett acabou fazendo um exame de próstata ao vivo na
televisão, para demonstrar aos homens com idade acima dos 40 anos a importância
de se fazer o exame de próstata. Nos Estados Unidos, ele se submeteu a um exame
de próstata ao vivo.
Nós,
aqui na Câmara Municipal, Ver. João Dib, no ano passado, aprovamos uma lei
extremamente importante, só que não adianta a Lei ficar no papel. Se nós
aprovarmos leis aqui nesta Casa, e o Executivo não colocá-las em prática, não
adianta absolutamente nada.
Eu
me lembro - nós, que fomos autores também da lei do estacionamento na região
central da Cidade, a chamada “área azul” - que nós havíamos aprovado essa lei
do estacionamento, a Lei nº 6.002, e ela não estava sendo colocada em prática.
Então não adiantava de nada. Aí assumiu um novo Prefeito, que resolveu colocar
em prática a Lei nº 6.002. E o que aconteceu? Nós temos aí a área azul, que, se
não resolve totalmente os problemas de estacionamento, melhora muito o problema
de estacionamento rotativo na área central da Cidade. A mesma coisa aconteceu
com a lei que nós aprovamos aqui na Câmara Municipal a respeito do exame
preventivo do câncer de próstata, meu querido amigo Goulart. Não é o exame de
toque, mas é o exame PSA. E nós fizemos isso exatamente depois que o Dr.
Marcos, que é Chefe do Ambulatório aqui da Casa, acabou demonstrando, numa
defesa de doutorado, que o PSA pode dar, pelo menos, 70% de certeza de que o
homem tem câncer de próstata ou não, porque, com o PSA, ele vai notar se a
próstata progrediu, se está menor, como ela está no momento, e o homem acaba
sabendo se vai precisar fazer um exame de toque e se há urgência ou não.
Eu
me lembro da defesa de doutorado do Dr. Marcos, aqui desta Casa, que foi lá no
Hospital de Clínicas, quando ele teve nota dez de toda a banca, a nota maior.
E, nessa defesa de doutorado, ele afirmava que o teste de PSA é responsável,
sim, por fazer a detecção do câncer de próstata pelo menos com 70% de certeza,
para que as pessoas possam, realmente, saber se têm ou não têm o câncer de
próstata.
Então,
eu gostaria imensamente de solicitar ao Executivo Municipal que colocasse em
prática, imediatamente, essa possibilidade de fazer com que os homens, depois
de 40 anos de idade, façam esse exame preventivo de próstata. Um simples teste
de PSA já vai ajudar muito a fazer com que essa população masculina, depois dos
40 anos de idade, possa se precaver pelo menos um pouco mais. Não é uma
precaução total, porque a precaução total tinha que vir, realmente, com o exame
de toque, mas já é uma precaução para que os homens, após os 40 anos de idade,
possam saber se defender um pouco mais desse grande inimigo dos homens,
principalmente os que estão na terceira idade, que é o câncer de próstata.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum,
passamos à
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1841/04 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de
Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relatora
Verª Neuza Canabarro:pela manutenção do Veto Parcial (empatado).
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
– art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 04-09-08.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-09-08 (sexta-feira).
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 072/04, com Veto Parcial. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
encaminhar o PLL nº 072/04, com Veto Parcial.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou apenas encaminhar
e explicar a razão do Veto, nem vou traçar o mérito, porque este Veto
absolutamente em nada atrapalha, e também, na minha opinião, não qualifica a
lei que institui a captação e o aproveitamento da água da chuva, reuso da água,
medição individualizada, assim como campanhas educativas que passam a ser
planejadas e executadas pelo Poder Público com relação à importância da água no
seu aspecto natural, como áreas de preservação permanente, arroios, enfim, é a
Lei que institui um programa de uso racional da água. É muito mais do que
apenas e tão-somente mudarmos um sistema de engenharia de prédios. Vai muito
além disso, muito além!
A
proposta de Veto do Sr. Prefeito diz respeito ao § 1° do art. 10 do Projeto,
que diz que, somente após a utilização prevista neste artigo - que é a água
servida, ou seja, o aproveitamento da água da pia, do chuveiro assim como da
pia de cozinha, portanto cozinha e banheiro -, essas águas deverão ser
descarregadas na rede pública de esgotos. Na minha opinião, não há outra
maneira senão, depois de utilizada, em vez de ir diretamente para a rede de
esgoto, Dr. Humberto, ser aproveitada para se dar a descarga no banheiro - é
isso. E é por isso que nós todos formulamos e aprovamos um § 2° - antes havia
um parágrafo único. O § 2°, que foi aprovado e não está sendo vetado, se
comunica e dialoga com o § 1°, que diz que, apenas quando houver - e existe -
técnica para proceder dessa maneira, inclusive dentro do princípio da
economicidade, ou seja, jamais onerando os prédios, é que vai poder o art. 10,
do qual o § 1° está sendo vetado, ser executado. Portanto é uma questão
técnica, a qual, como autor, entendo que não há por que... Muito menos pelo contrário,
porque ele vem ao encontro, justamente, do caput, mas não é uma questão
de mérito. O Projeto foi aprovado por esta Casa e sancionado pelo Prefeito.
Este parágrafo não altera, em absolutamente nada, o teor da Lei. Nós estamos
diante de uma nova realidade e de um novo cenário de sustentabilidade nas
construções de indústrias, residências, comércios, hospitais na cidade de Porto
Alegre.
É
como eu sempre dizia, Ver. Luiz Braz: finalmente entramos no século XXI no que
diz respeito ao uso racional da água. O Projeto foi aprovado por esta Casa,
enfrentou o debate, e, embora tenha havido resistências de instituições que
vieram aqui dizer que aprovaram, que estavam a favor do Projeto, apoiariam
algumas emendas a serem feitas, elas passaram, depois de aprovado o Projeto de
Lei nesta Casa, a fazer lobby contra o Projeto de Lei, lá com o
Prefeito. Foi um desrespeito a esta Casa. O Prefeito, mais uma vez soberano,
sensível e analisando profundamente o que recebeu, entendeu que cabia apenas
vetar esse § 1º do art. 10. Volto a insistir: o § 2º se comunica com o § 1º, e
podemos, tranqüilamente, estabelecer que, nas novas edificações, sem onerar
absolutamente nada - muito antes pelo contrário, pela redução de tarifa de água
que vai ocorrer -, estamos não só protegendo o meio ambiente, protegendo os
recursos naturais, pensando e planejando todo o ciclo do uso da água, inclusive
a energia e os produtos necessários para isso, mas também trabalhando com a
economicidade. Será muito mais fácil agora conseguirmos financiamentos, muito
mais fácil agora conseguirmos ter prédios com muito menos tarifa de água,
porque estamos dependendo cada vez menos, agora, da água potável. Portanto,
esses são os esclarecimentos de um Veto que não altera, em absolutamente nada,
o teor do Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
072/04, com Veto Parcial.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras; senhores e
senhoras, estamos diante de uma situação um tanto atípica na construção de
políticas públicas do Município de Porto Alegre. O nosso prezado colega Beto
Moesch, ex-Secretário do Meio Ambiente, elabora um Projeto de Lei para captação
e reaproveitamento das águas - ex-Secretário do Meio Ambiente do Prefeito José
Fogaça.
Nós
discutimos e aprovamos esse Projeto, e o Prefeito José Fogaça resolve vetar
parte do Projeto que, do nosso ponto de vista, Ver. Elói, é a essência do Projeto.
Portanto, quero dizer aqui que, no mínimo, o ex-Secretário do Meio Ambiente do
Município de Porto Alegre, do Governo Fogaça, teria que ter um acordo com o
Governo Fogaça para produzir o Projeto que qualificaria a Cidade. Ou será que
foi vetado só porque ele deixou de ser Secretário ou porque o Projeto não é
bom? Se nós aprovamos o Projeto, é porque ele vem ao encontro da construção de
alguns temas na política.
Agora, vejam só: qual foi o parágrafo vetado? É o §
1º do art. 10, que deve ser vetado. Diz o Prefeito (Lê.): “...uma vez que se
refere à utilização das águas servidas, as quais serão conduzidas a
reservatórios destinados a abastecer as descargas e os vasos sanitários ou
mictórios, podendo as mesmas ser descarregadas na rede pública de esgoto.”
Portanto, se o Projeto apresenta a possibilidade de reaproveitamento das águas,
quais são as águas que temos que reaproveitar, Ver. Todeschini? As águas
servidas. O que são as águas servidas? Aquelas águas do chuveiro, aquelas águas
do tanque, da máquina de lavar, que podem, sim, ser muito bem utilizadas na
descarga. Se o Prefeito está vetando esse parágrafo, tirou a essência do
Projeto do então Secretário Beto Moesch, do Meio Ambiente, para o Município de
Porto Alegre.
Registro aqui que há uma situação inusitada na
política o Prefeito, quando resolve vetar o Projeto do ex-Secretário do Meio
Ambiente - vetar a alma do Projeto. Não somos nós - Verª Margarete, como
falamos -, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de oposição, que vamos aqui
discutir no sentido de querer salvar ou não o Projeto; quem tem que resolver
isso é o ex-Secretário do Meio Ambiente com o Prefeito; afinal de contas, são
da mesma estrutura administrativa e de gestão pública do Município de Porto
Alegre, Ver. Sebastião Melo.
Quando
o Ver. Beto Moesch diz que seu Projeto vem individualizar o registro da
cobrança de águas, nós e a nossa Bancada temos o entendimento que isso não está
correto e que a Lei não atinge isso, porque a Lei nº 170, do Município, é que
determina e disciplina a questão dos registros individuais, e ela não foi
modificada. Portanto, o que vale é a Lei nº 170. Infelizmente, a possibilidade
que o Ver. Beto Moesch identifica como mérito de seu Projeto fica prejudicada,
porque não foi modificada a Lei nº 170.
Eu
concluo, dizendo que este é um problema - neste momento, este Veto -, Sr.
Presidente, do ex-Secretário do Meio Ambiente com o seu Prefeito, porque, se o
Secretário do Meio Ambiente monta um Projeto de Lei que o Prefeito veta, isso
quer dizer que não havia tanta harmonia assim na condução da política ambiental
de Porto Alegre naquela gestão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 072/04,
com Veto Parcial.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores; Sras
Vereadoras; senhoras e senhores; Ver. Comassetto, com relação ao pronunciamento
que V. Exª fez agora, nesta tribuna, acredito que, com toda a inteligência que
V. Exª tem, acabou, realmente, cometendo uma falha com relação a esta Casa.
Todos nós, ao analisarmos aqui uma matéria, seja ela de autoria de algum
Vereador, seja ela de autoria do Sr. Prefeito Municipal, temos, em primeiro
lugar, um compromisso com a população da Cidade. Então, eu não voto uma matéria
porque essa veio do Executivo da maneira como veio, ou não voto uma matéria de
um Vereador, contra ou a favor, só porque gosto ou não gosto do Vereador, ou
levando em conta se ele me é simpático ou não, ou se eu tenho amizade por ele
ou não. Eu acredito que tenho obrigação - em qualquer matéria que eu estiver
votando aqui, nesta Casa - de votar de acordo com aquilo que eu penso, que é o
meu compromisso com a Cidade, porque, afinal de contas, cada um de nós, Vereadores,
representamos o conjunto de nossa sociedade.
O
Ver. Beto Moesch faz um Projeto de Lei que, realmente, faz com que possamos
avançar em termos de compromisso com aquelas pessoas que são construtoras desta
Cidade, aquelas pessoas que são responsáveis por construir os edifícios nesta
Cidade. Todas essas pessoas devem, com toda a certeza, ser regradas pelos
Vereadores aqui. E, quando nós tivermos uma legislação que faça a nossa
sociedade avançar, principalmente em termos de defesa do meio ambiente, temos
de votá-la, independentemente daquilo que, no momento, pense o Executivo
Municipal.
Ora,
Ver. Beto Moesch, se tivermos esse § 1º do art. 10 vetado, acredito que a sua
Lei, a intenção de V. Exª, vai ficar pela metade.
Eu
gostaria, sinceramente, porque acho que é uma boa legislação, acho que é um
grande avanço, que nós pudéssemos derrubar esse Veto, para que a Lei tivesse a
sua força no total; que ela fosse colocada à disposição da sociedade nos seus
100 %, e não em 50%.
Assim,
Ver. Comassetto, eu pediria a V. Exª, homem que entende do assunto,
inteligente, que analisasse novamente o seu encaminhamento, o da sua Bancada,
para que pudéssemos, em vez de aceitarmos simplesmente este Veto, fazermos o
seguinte questionamento: será que este Veto não vai fazer com que a Lei fique
pior para ser colocada em prática?
Será,
Ver. Todeschini, que não é o momento de nós derrubarmos o Veto para fazer com
que este § 1º do art. 10 possa ser colocado em prática, e nós termos a Lei na
sua totalidade?
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Na minha
opinião, sim, o Veto está colocado de forma equivocada.
Mas
acontece que, Ver. Comassetto - e V. Exª sabe disso -, o seu Partido já
governou a Cidade por muitos anos e não é obrigado a saber de tudo. O Prefeito
se guia, na maioria das vezes, pelo parecer dos técnicos que indicam a ele
aquilo que deve ser feito, ele se guia pela opinião daquele técnico que está
dando o parecer.
Vou
ler aqui o § 1º do art. 10 (Lê.): “Somente após a utilização prevista neste
artigo, as águas poderão ser descarregadas na rede pública de esgotos”.
Para
mim, este parágrafo resume todo o Projeto, Ver. Dib! Toda a Lei está resumida
exatamente neste parágrafo!
Ora,
como é que nós vamos tirar alguma coisa que é a essência da Lei? Somente após a
utilização prevista nesse artigo - que se refere às águas servidas -, as águas
poderão ser descarregadas na rede pública de esgotos.
Assim,
eu espero que esta Casa, para fazer um bem maior para a sociedade, derrube o
Veto, para que nós possamos, realmente, ter a Lei integralmente sendo colocada
à disposição da nossa sociedade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o PLL nº 072/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 12 votos SIM, 17 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido
o Veto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3719/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Juremir Machado da
Silva.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA –
art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 03-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 156/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 079/08 – (Proc. Nº 5328/08
– Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene, em 03 de
outubro, destinada a assinalar o transcurso dos 100 anos da Imigração Japonesa
no Brasil. (Incluído em 08-09-08.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 079/08. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4625/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 043/08, de
autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre ao Irmão Antonio Cecchin.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 10-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 043/08. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 3764/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/08, de
autoria da Mesa Diretora, que inclui dispositivos nos arts. 15, 36 e
195, inclui arts. 194-A e 194-B e altera a denominação do Capítulo IV da
Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de
Porto Alegre –, e alterações posteriores, instituindo o Precedente Legislativo
e dispondo sobre a prejudicialidade da tramitação de proposições manifestamente
inconstitucionais, ilegais, inorgânicas ou anti-regimentais.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CUTHAB e
CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 126, §1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 01-09-08;
- discutiu a matéria o Ver. Luiz Braz, em 03-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão, em 2ª Sessão, o PR nº 033/08.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 4437/08 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/08, de autoria da
Mesa Diretora, que inclui parágrafo único no art. 72 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, estabelecendo previsão de Lei Complementar para
dispor sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação de leis.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e
CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 01-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão, em 2ª Sessão, o PELO nº 004/08.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3367/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que declara de
utilidade pública a Associação dos Renais do Rio Grande do Sul – Pró-Rim.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 27-08-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 139/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO
- VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 075/08 – (Proc. Nº
5266/08 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade aos professores e
alunos do Centro Universitário Ritter dos Reis (Uniritter), pela possível venda
do Centro Universitário. (Incluído em 08-09-08.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 075/08. (Pausa.) A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 075/08.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
prezados alunos da Escola Municipal Anísio Teixeira, que acompanham a Sessão,
sejam bem-vindos; é oportuna a presença dos alunos, porque esta Moção diz
respeito à educação.
Nós temos assistido, neste País, infelizmente, a
transformação da educação em mercadoria, especialmente no ensino privado superior. Os grupos que investem
nas bolsas, capitais internacionais, têm adquirido instituições tradicionais
deste País, transformado-as em um espaço meramente lucrativo, rebaixando os
salários dos professores, rebaixando condições de trabalho, ampliando o número
de alunos em salas de aula, tornando-os, com isso, competitivos no sentido de
oferecer mensalidades mais baixas, mas, por óbvio e como conseqüência, marcando
uma pauperização do ensino que é ofertado.
As universidades privadas, nas avaliações que o MEC
tem feito, têm demonstrado que essa mercantilização não serve à formação do
nosso jovem, que a universidade tem ofertado o diploma tão desejado, tão lutado,
mas não tem ofertado a conseqüente e necessária qualificação para a disputa e
para uma inserção qualificada no mercado de trabalho. Neste momento, a
UniRitter, uma universidade tradicional do Rio Grande do Sul, que tem
faculdades premiadas e reconhecidas, Verª Margarete, como a Faculdade de
Arquitetura, que desenvolveu o trabalho das Áreas de Interesse Cultural
com a Prefeitura de Porto Alegre, na sua gestão como Secretária da Cultura, com
cursos reconhecidos de alta qualidade, está sendo vendida. Infelizmente, o
Grupo Anhanguera já tem um histórico de rebaixar a qualidade do ensino
ofertado, trabalhando com os indicadores que eu falava, com turmas
numerosíssimas, com salários baixos
de professores; portanto, com competitividade nas matrículas.
As
nossas universidades privadas, de muita qualidade, aqui no Rio Grande do Sul,
como a PUC, como o IPA, estão bastante preocupadas, porque a lei do mercado não
serve para dar qualidade à educação; a lei do mercado transforma em mercadoria
barata o que é muito precioso para os nossos jovens e também decisivo para o
encaminhamento de soluções para os grandes e graves problemas nacionais, como a
alimentação, como a habitação, como o saneamento, como a recuperação do meio
ambiente. Essas soluções devem ser pautadas, construídas no estudo, na
reflexão, na pesquisa dentro das nossas universidades, e, quando a nossa
universidade se transforma em mera mercadoria, em mero instrumento de lucro,
fica muito mais longe de se fazer, de fato, a pesquisa que traz soluções para os
graves problemas sociais do País.
Os
alunos da UniRitter estão pedindo socorro, eles têm se manifestado, eles não se
negam a construir e acompanhar o processo de venda da UniRitter se o atual
proprietário não pode ou não quer mantê-la, porém não querem que seja desta
forma, ou seja, a entrega para multinacionais, a entrega para grupos que não
têm, de fato, compromisso com a educação.
Então,
esta Moção é de Solidariedade, e é para chamar a atenção tanto do grupo que
compra quanto da Direção atual da UniRitter para o fato de que nós queremos
preservar, na nossa Cidade, no nosso Estado, universidades com qualidade,
universidades que de fato mereçam o título de universidade, universidades que
tenham a capacidade, como teve a UniRitter, de produzir algo importante e
complexo, como foi o estudo das Áreas de Interesse Cultural, Verª Margarete,
que a própria UFRGS não se dispôs a fazer por “n” motivos. Nenhuma universidade
se dispôs, e a UniRitter se dispôs. Será que uma universidade que é meramente
produtora de diplomas prestará um serviço tão importante que a Cidade
necessita? E será, de fato, respeitada por ser uma excelente formadora?
Então,
eu quero que esta Casa - e fui procurada pelo Sinpro, nesse sentido - se
posicione, para que tornemos público que queremos manter a qualidade da
educação no Ensino Superior, por entendermos que educação não é mercadoria;
educação, caros alunos e professores, é direito de todos nós. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento nº 075/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Registramos
a presença da professora Ana Cristina Borsatto e dos alunos da Escola Municipal
de Ensino Fundamental Anísio Teixeira, cuja visita é orientada pelo nosso
querido Jorge. Bem-vindos. (Palmas.)
Essa
é uma atividade que faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial
desta Casa desenvolve com as escolas da Cidade de Porto Alegre. Nosso abraço
muito fraterno.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2358/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 075/08, de autoria dos Vereadores Dr. Raul e Aldacir Oliboni, que
institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Agente Comunitário de Saúde, a
ser comemorado anualmente, no dia 8 de dezembro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 08-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 075/08. (Pausa.) O Ver. Dr. Raul está com a palavra para
discutir o PLL nº 075/08.
O
SR. DR. RAUL: Exmo
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
estudantes que nos honram com suas presenças, eu venho a esta tribuna falar da
necessidade de o Agente Comunitário de Saúde ter o seu dia instituído na cidade
de Porto Alegre em função da valorização dessa profissão.
Relativamente
nova, essa profissão faz com que a prevenção da Saúde pública realmente
aconteça lá onde ela é mais necessária, no interior das nossas vilas populares,
lá onde, muitas vezes, não chega a solução do problema de Saúde pública da
nossa Cidade. O Agente Comunitário de Saúde está batendo nas portas, visitando
as casas, conversando com as pessoas e levando aos médicos e a outros
profissionais da Saúde a informação e também a condição de se saber onde está
aquela pessoa, muitas vezes, tuberculosa que não procura o posto de saúde,
muitas vezes com HIV, pessoas com problemas de drogadição, mulheres que não
fazem o pré-natal, aquele idoso que está dentro de casa sem atenção médica.
Então,
o Agente Comunitário de Saúde tem a função de aproximar realmente a Saúde
pública do interior da vila - para aquela pessoa mais necessitada -, onde,
muitas vezes, o recurso não chega. Não é à toa que essa estratégia dos programas de
saúde da família tem que ser valorizada, independentemente da facção política a
que pertençamos, porque ela vai fazer com que a nossa população tenha uma
coletividade muito mais saudável e que tenha, efetivamente, condição de ter
saúde na sua casa, de conseguir fazer com que, desde a criança até o idoso,
tenham uma melhor condição de avaliação, tratamento e prevenção.
Nós acreditamos que os Agentes Comunitários de
Saúde merecem, e merecem muito, o seu dia, no sentido de valorização, no
sentido de que, nesse dia, eles possam se reunir, possam discutir as suas
questões, que já foram tão discutidas. Temos um Projeto, nesta Casa, de extrema
relevância para a cidade de Porto Alegre, que vai valorizar cada vez mais o
cargo de Agente Comunitário de Saúde e criar muitos outros em nossa Cidade, e
também vai valorizar os Programas de Saúde da Família. O nosso objetivo,
realmente, é integrar principalmente a sociedade mais carente no sistema de
Saúde pública desde o momento da prevenção até o momento da cura, para que não
se encaminhem simplesmente a um posto de saúde aquelas pessoas que acham que
têm uma coisa, mas que realmente tenham acesso aquelas pessoas cujo diagnóstico
é feito lá na base, e que a gente possa ampliar, e ampliar muito, o nosso
atendimento da rede básica, e que façamos, com isso, a nossa parte como
médicos, como profissionais da Saúde e como Vereadores da cidade de Porto
Alegre, que todos representamos neste momento. Obrigado e saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver Aldacir
Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 075/08.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha pelo Canal 16, quero
saudar os alunos da 8ª série da Escola Municipal Anísio Teixeira e a sua
professora Ana Cristina, que traz aqui um dos filhos de nossa apoiadora da
Ponta Grossa.
Eu quero dizer que
este Projeto de extrema importância, trazido pelo Ver. Dr. Raul e por este
Vereador, criando o Dia Municipal do Agente Comunitário é apenas um gesto de
solidariedade aos profissionais da área da Saúde que, há muito tempo, não têm
sido valorizados pelo Governo Municipal.
Nós percebemos que, no ano passado, o Programa de
Saúde da Família foi desmerecido pelo atual Governo, exatamente porque era para
mandar o Projeto para esta Casa, criando as vagas dos Agentes Comunitários, que
são em número de 340. O fato de esta Casa sinalizar com o Dia Municipal do
Agente Comunitário vem demonstrar claramente que, no próximo dia 08 de
dezembro, poderá, sim, ser um dia de protesto contra a atitude deselegante do
atual Governo, porque o contrato vai se encerrar no final do ano e, se não for
renovado, os Agentes Comunitários serão todos demitidos.
Esse dia, Ver. Dr. Raul, o qual nós estamos
instituindo no Município de Porto Alegre, é exatamente para dizer aos cidadãos
e às cidadãs de Porto Alegre que é preciso ampliar o Programa de Saúde da
Família, que é preciso valorizar os trabalhadores, sejam eles públicos ou
privados, mas, no caso específico aqui, os trabalhadores da área pública. E nós
podemos, inclusive, lembrar que a grande dificuldade, no ano passado, foi fazer
com que o Governo Municipal reconhecesse que a Emenda Constitucional nº 51,
aprovada no Congresso Nacional, dá a segurança a esses trabalhadores de serem
absorvidos pelo Poder Público, o que, até então, o Governo Municipal não fez.
E, hoje, em todas as Unidades de Saúde, nos PSFs - Programa de Saúde da Família
-, há uma enorme tensão, exatamente porque o Governo não tomou a atitude de
aprovar o Projeto de Lei, ou de pedir urgência urgentíssima, ou de aprovar as
Emendas que nós apresentamos, ou de encaminhar a Mensagem Retificativa que foi
solicitada por este Plenário para que se votasse esse Projeto nesta Casa.
Portanto, esse dia poderá ser, sim, agora, dia 08
de dezembro, o dia em que nós estaremos aqui fazendo uma grande mobilização de
todos os trabalhadores da Saúde, mais especificamente dos Agentes Comunitários,
fazendo um ato de protesto, de repúdio ao atual Governo, que diz que a Saúde é
prioritária e que, na realidade, não é verdade, porque aqui não se pratica a
solidariedade com aquilo que se faz, com aquilo que se fala. E nós estamos,
inclusive, presenciando um momento político da nossa Cidade, quando todos falam
que a Saúde é prioridade, mas que, lá na ponta, nas unidades de saúde, há a falta de medicamentos, a falta
de condições de trabalho para que esses agentes possam dar a contrapartida ao
cidadão e à cidadã.
Então, esse dia, Ver. Dr. Raul, com este Projeto de nossa parceria - pedimos o apoio do Plenário -, esperamos que seja, sim, todos os anos, um dia de comemorar vitórias, de acumular vitórias e de comemorá-las. Mas, por enquanto, ele será um dia de protesto, de indignação contra o atual Governo, que não demonstrou claramente que saúde é prioridade e, mais do que isso, aquela promessa de aumentar os PSFs, ou as unidades de agentes comunitários, de 90 para 200, ainda está na promessa, e nós esperamos que, antes do final do ano, nós possamos aprovar o Projeto de Lei que, de fato, venha a absorver os agentes comunitários como trabalhadores da Saúde pelo Governo Municipal. É nesse sentido que pedimos o apoio à aprovação do Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada
a discussão. Em votação o PLL n.º 075/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 4757/08 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/08, que altera o § 2º do art. 44, o § 2º do
art. 49 e o art. 50 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, e
alterações posteriores, que revoga a Lei Complementar nº 32, de 07 de janeiro
de 1977, estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços
públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo
Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE, e dá outras providências,
reduzindo os valores percentuais para a cobrança de multa.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
– art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 10-09-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLCE nº 012/08. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir o PLCE nº 012/08.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
Escola que nos visita, telespectadores do Canal 16, saudações a todos.
Vejam
só, Presidente Sebastião Melo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
para alterar elementos que são consagrados na disciplina de toda a matéria que
envolve a medição de água, a emissão de contas e a manutenção dos ramais, é
necessário alterar a Lei nº 170. E essa Lei tem mérito, porque ela reduz a multa -
o Projeto original era do Ver. Garcia - de 10 para 2%. Nós estamos em uma época
de não-inflação; portanto é um projeto desejável, um Projeto bom, um Projeto
que vem a facilitar, inclusive, a quitação de contas daqueles que a querem
fazer. Então, eu quero saudar essa iniciativa, porque ela é importante e vem ao
encontro da comunidade e dos tempos. Mas o que me espanta é que, de maneira
correta, esse Projeto vem para cá alterando a Lei nº 170 - porque isso estava
fixado na Lei nº 170 -, que é uma Lei Complementar que regra as ligações de
água e suas respectivas decorrências, como emissão de contas e manutenções pelo
DMAE.
Agora tem um Vereador aqui que diz que fez um
projeto para medição individual de água e não altera a Lei nº 170! E o Prefeito
veta a outra parte do Projeto dele, que é o reuso de águas servidas, e o fez
certo, o fez de maneira adequada, porque manter aquela norma significaria expor
a população ao risco, porque não é possível fazer conexões hidrossanitárias sem
o risco de cometer erro e contaminar as águas potáveis.
Então nós tivemos um Projeto que ganhou páginas e
páginas de jornais, enganando a “torcida”, porque aproveita água da chuva, mas,
se não chove, que água de chuva vai ser aproveitada? A parte da água servida
foi vetada, e nós acatamos o Veto do Prefeito. E fala-se em medição individual
de água sem alterar a Lei nº 170! Então me espanta, porque nós temos uma
badalação enorme na imprensa, vi, em vários jornais, matérias de página
central, de duas páginas, noticiando a novidade que a Cidade teria com a
aprovação da Lei. E me sinto um trouxa aqui, porque avisei que, não alterando a
Lei nº 170, não mudaria a relação atual existente. Para se fazer medição
individual de água é necessário mudar a Lei nº 170, Ver. Guilherme, o senhor já
o fez com um projeto que estendeu a medição individual de água para condomínios
de até quatro pavimentos e condomínios horizontais. Isso é alterar a Lei nº
170, isso é fazer medição individual de água. Agora o DMAE faz uma Lei que é
uma reformulação da Lei do Ver. Professor Garcia, que é bem-vinda, é adequada, reduz as multas que se
tornavam pesadas demais, muitas vezes impagáveis, para muita gente que quer
pagar!
Então
saudemos, porque é bom, porque isso vem e aperfeiçoa uma instituição importante
como o DMAE, assim como a possibilidade de as pessoas pagarem suas dívidas, se
quiserem . Aliás, todos os dias tem gente querendo orientação de como pagar as
dívidas, e assim nós vamos facilitar e ajudar as pessoas a saldarem suas
dívidas, muitas vezes de herança, muitas vezes de inquilinos ou de quem não tem
nada a ver com aquilo que era de responsabilidade direta de uma outra pessoa,
mas que, enfim, precisam ser resgatadas, porque são dívidas com o erário de Porto
Alegre, com o DMAE, com o serviço público, com a sustentação do saneamento.
Então,
eu quero trazer essa fala aqui, porque a gente ouve muita coisa contra os
políticos, contra as coisas malfeitas e contra as que resultam em nada. Eu falo
desse outro Projeto que, para mim, apesar de todas as páginas dos jornais,
resulta sem efeito, e eu acho que não devemos fazer isso, porque isso ilude as
pessoas, e os efeitos práticos são praticamente zero. E aí a nossa importância,
que deve ser grande, porque o Legislativo tem, sim, um papel na sociedade,
acaba sendo diminuída.
Esse
é o registro que eu quero fazer, dizendo que nós temos que aprovar essa Lei que
vem do Executivo, porque ela é boa.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCE nº 012/08.
Solicito
ao Ver. Carlos Todeschini que assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro eu quero
agradecer os colegas Vereadores por permitirem que, de forma coletiva, nós
discutíssemos esse Projeto.
Na
semana passada, esse Projeto de minha autoria foi vetado, e nós havíamos dito
que acolhemos o Veto do Prefeito por um erro que houve em questões redacionais.
E continua dentro da mesma visão, ou seja, hoje, em Porto Alegre, se paga 5%, e
a proposta é a redução da multa para 2%. Para os senhores e as senhoras terem
idéia, hoje mais de 30 mil famílias/mês pagam atrasado em Porto Alegre, e pagam
atrasado não porque não querem pagar, mas por dificuldades de ordem econômica.
Muitos deles, até já orientamos que mudem a data de vencimento - isso também
pode ajudar. E a discussão foi a questão do juro de mora, que nós redigimos
mal, e agora foi feita essa ressalva.
Mas quero também dizer - e agradeço mais uma vez o Prefeito - que o Prefeito, na própria Exposição de Motivos, cita que a lei é da nossa autoria. Na realidade, essa Lei vem contribuir para que a nossa população, principalmente aquela mais carente, não precise pagar 5% de multa porque não consegue saldar a conta no vencimento. Eu já usei muitas vezes esta tribuna para dizer que, neste momento, 5% é algo inadmissível, é um valor que, às vezes, é superior à inflação de um ano inteiro. Isso poderia ter sido aplicado em épocas anteriores. E foi por isso, e dentro desse espírito, que nós ingressamos com esse Projeto de Lei que, agora, com essa ressalva do Executivo, esperamos votar hoje. Obrigado, Vereador. Essa era a nossa discussão.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não há mais quem queira discutir. Em
votação o PLCE nº 012/08 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 9503/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 313/07, de autoria dos Vereadores Elias Vidal e Maria Celeste, que
cria, no Município de Porto Alegre, o Comitê de Tolerância Zero para
Mortalidade por Câncer de Mama e dá outras providências.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-08-08.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em discussão o PLL nº 313/07. (Pausa.) O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLL nº 313/07.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Todeschini; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos assiste pela TVCâmara, eu venho a
esta tribuna para registrar a importância desse Projeto, Projeto do Comitê de
Tolerância Zero para Mortalidade por Câncer de Mama, visto que, no Brasil, mais
de 48 mil mulheres sofrerão com esse tipo de câncer, ou seja, em torno
de 50 mil mulheres; sendo que dez mil mulheres morrerão. Esse é um dado
bastante triste e arrasador - porque é uma realidade -, pois, em 60% dos casos,
a doença é detectada em estágio avançado. Dez mil delas vão morrer, isso em
virtude de a doença ser detectada já em estágio avançado, e, em estágio
avançado, a possibilidade de recuperação de cura já é bastante precária,
bastante difícil. Sendo detectada precocemente, a mulher tem 98% de chance de
cura, ou seja, aquelas mulheres que buscam o conhecimento e que são abrangidas
por um programa, por uma política de saúde, que regularmente buscam o seu
médico, quando detectado cedo o câncer de mama, ela tem 98% de chance de cura.
E quando essa fase tão nobre, tão importante, é perdida, a possibilidade de
cura cai drasticamente. Por isso, então, nós chegamos a esse número expressivo
de dez mil mulheres que morrem. Quando a gente fala de dez mil mulheres que
morrerão, nós estamos falando em dez mil mães, ou dez mil irmãs, ou dez mil
tias. Não é um número; são seres humanos, é uma mãe que morre, é uma mulher que
morre, é um vazio que fica. E neste momento, que eu estou falando, tenho
certeza de que há pessoas que estão me vendo, estão me ouvindo, que já tiveram
essa experiência triste e amarga e estão concordando e dizendo “É verdade, eu
perdi uma pessoa que eu amava para o câncer de mama”.
Então,
senhores, a prevenção é muito importante, porque, só no exame preventivo do
câncer de colo de útero - que é o segundo câncer mais mortal no planeta -, nos
países, nos lugares e nas regiões onde a prevenção é realizada, a incidência da
doença cai do segundo lugar para o sétimo lugar, isso nos países que têm
políticas de saúde, onde há informação, onde há o estímulo para a mulher buscar
o conhecimento e fazer a prevenção da doença. Isso quer dizer que a prevenção
tem o seu valor. A prevenção salva; o preconceito mata.
Este Projeto que cria o Comitê de Tolerância Zero
para a Mortalidade por Câncer de Mama é um Projeto que vem fomentar as
políticas, vem tirar do anonimato, trazer luz ao debate de um assunto que é tão
importante.
Nós
não podemos perder 10 mil mulheres para o câncer de mama e ficar de braços
cruzados contemplando, de camarote, essas mulheres que são as pessoas que nós
amamos, que são pessoas que compõem a nossa família. Nós precisamos fazer
alguma coisa nesse sentido.
Este
Vereador, juntamente com a Verª Maria Celeste, está trazendo este Projeto para
ser votado por esta Casa, para que nós todos que temos em casa a mãe, ou a
esposa, ou uma filha, ou uma tia, ou uma avó, uma mulher, sabemos quanto vale a
mulher que temos no nosso lar, na nossa família - a nossa mãe, a nossa filha, a
nossa irmã.
Então,
senhores, esse é um assunto que atinge todos. Por isso nós precisamos nos
empenhar em todos os tipos de políticas que trazem a prevenção, quer seja a
prevenção do câncer de próstata - assunto anteriormente debatido, de uma forma
espetacular, pelos Vereadores Professor Garcia, Luiz Braz e Dr. Raul, que
falaram sobre a Saúde -, quer seja a prevenção do câncer de mama.
Este
Vereador também vem aqui para pedir o apoio desta Casa, e certamente haveremos
de ter esse apoio, porque é um assunto que tem a ver com a saúde, com a vida
das pessoas que amamos, que são as mulheres da sociedade.
Sr.
Presidente, agradeço o apoio desta Casa, que, de uma forma tão sábia, nos
possibilitou trazer este assunto. Esperamos contar com o apoio de uma forma
concreta na aprovação deste Projeto, que é deste Vereador e da Verª Maria
Celeste. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não
há mais quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o PLL n° 313/07.
Solicito
a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo
Ver. Guilherme Barbosa (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Nove
Vereadores presentes. Não há quórum. Presentes os seguintes Vereadores: Haroldo
de Souza, Nilo Santos, Alceu Brasinha, Dr. Goulart, Adeli Sell, João Bosco Vaz,
Ervino Besson e Maristela.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h59min.)
* * * * *